Relatos


Florianópolis - SC a Paranaguá - PR


A viagem começou no Terminal Rodoviário Tietê quando encontrei meu amigo Juan Pablo as 20h30 do dia 19/06/2014. Retiramos as passagens com destino a Florianópolis – SC da viação 1001, tomamos um café e descemos para a plataforma de embarque onde rapidamente chegou o ônibus. Embarcamos a bike's, entramos no ônibus que por sinal estava quase vazio o que possibilitava utilizar duas poltronas para dormir. O ônibus partiu, fez uma primeira parada em Embu das Artes onde tomei mais um chocolate quente e seguimos viagem. O ônibus fez parada em Curitiba, Joinville e foi até Florianópolis.
Chegado na rodoviária de Floripa por volta das 6h30 doa dias 20/06 desembarcamos, arrumamos as coisas na bike e colocamos os agasalhos, tomamos um café na lanchonete onde apareceram dois Equatorianos gritando em pleno amanhecer, o Juan foi falar que era chileno e os caras responderam: "tú é chileno e fala espanhol mal pra caramba!" Risos.
Partimos sentido norte da ilha, onde logo no começo o Juan esqueceu de prender o elástico que amarra as bagagens, fazendo assim que o mesmo entrasse entre a catraca traseira e os raios da bicicleta, deu um trabalhão pra tirar, depois de muito tentar coloquei a chave de fenda e consegui remover o gancho do elástico e continuamos a pedalar.
Seguindo pela orla, lugar belíssimo, frio de 11º C, amanhecer com muitas nuvens porém logo o tempo começou a abrir e o clima era bem frio, céu azul e sol forte. Paramos pra tirar muita foto, seguindo sempre pela orla sentido norte. Cada lugar revelava uma beleza diferente e muito peculiar. Como o objetivo era ir sempre pela orla, passamos por todas as praias indo do centro até a praia Ponta das Canas, a última praia ao norte almoçamos pelos lados de Canasvieiras. Começamos a voltar sentido sul, nesse trecho não passamos e muitas praias, somente aquela que estavam fáceis de acessar pois omo já estava escurecendo não iria compensar muito o visual. Seguimos em direção a Barra da Lagoa, uma estradinha com muitas retas e chegamos a Lagoa da conceição, já era noite, mas a água era cristalina e fiquei imaginando aquela água durante o dia, muita beleza, dava pra ver o fundo da lagoa de tão transparente que era. Passamos pelo bairro rapidamente e não paramos, subimos uma serrinha muito ingrime que levaria ao centro, empurrei pois a bagagem estava pesada, o que me fez sentir as pernas nesses primeiro dia, já que não tenho costume de levar alforges. Seguimos em direção ao centro e logo em direção a Balneário Camboriú. Dormimos na rodoviária de Bal. Camboriú até as 4h30 da manhã. Aprontamos as coisas e partimos por volta de 5h do dia 21/06/2014. O objetivo no momento era encontrar uma padaria para o café, percorremos a orla até oo sul e fomos voltando sentido norte. Encontramos uma padaria logo que amanheceu, chocolate quente e um belo salgado de palmito.
Percorremos a orla de Camboriú inteira, frio congelante, acho que foi o dia mais frio. Na praia Brava chegamos em um ponto que estava tendo um have, muito pessoal bêbados, carrões, gente de grana saindo e chegando o tempo inteiro. Tivemos que através pela praia pois havia um rio que interrompia a estradas, foi necessário tirar os sapatos e a calça e colocar o pé na água e levantar a parte traseira da bike pra não molhar os alforges. Seguindo por Itajaí, tomamos um café, demos algumas voltas antes de passar pelo ferry boat (Itajaí - Navegantes), o único que cobrou R$ 1,50 pela travessia, as outras, nenhuma cobrava. Entramos no município de Penha – SC onde fica o parque Beto Carreiro World, passamos em frente, tiramos fotos e fomos até a bilheteria, em seguida almoçamos no bandeijão que tinha logo ao lado. Como sempre deixamos os celulares carregando e arrumando as bagagens, limpando a corrente da bicicleta pois pegamos muita areia pelo caminho. Antes de chegar em Barra Velha encontramos um lago que ficava ao lado do mar com uma estrada no meio, entramos na estradas pensando que ela nos levaria ao próximo município, só que não foi bem assim, ao desconfiar que não levaria a lugar algum, perguntei a um motorista e ele informou que teríamos que voltar e seguir pela BR – 101. Um café ótimo numa cafeteria em Barra velha e partimos pra Joinville. De Joinville a cidade que deveríamos ir era Itapoá. Pegamos um ônibus que apelidei de ônibus assassino, nem era um ônibus de viagem, era quase um circular, mas como o Juan conversou com o o motorista, colocamos as bike's num bagageiro pequenos que tinha e seguimos. O motorista corria muito, em um momento acabou o asfalto e virou estrada de chão, acho que ali a velocidade era mais de 60 km/h e a bike's pulando no bagageiro de forma que até faziam barulho. Demorou por volta de 1h30 a viagem onde chegamos a tal cidade, pequena e estranha, foi o que achei. Arrumamos um restaurante para jantar e aproveitar pra colocar a bike em ordem, já que bateu tanto no ônibus que precisava de ajustes. Jantamos e imaginamos que poderíamos dormir ali na varando no restaurante, ficamos esperando os clientes irem embora e fomos falar com o dono mas ele não permitiu que ficássemos por ali. Procuramos o hospital mais próximo e por lá ficamos. A principio a desculpa era que descansaríamos por uma ou duas horas. Depois de um tempo dormindo na recepção fomos aos fundos, no estacionamento das ambulâncias, trancamos as bike's, montamos o acampamento e por lá ficamos. Acredito que foi a noite que dormi melhor na viagem, acordei com um agente do SAMU correndo nas pedras do lado para atender uma emergência, dormi de novo e depois acordamos para seguir. Um senhor veio nos dar bronca dizendo que não podíamos estar ali mas o Juan disse que a mulher do plantar anterior disse que podia, ele ficou quieto e não disse mais nada, ainda ganhamos um café quente no amanhecer gelado daquela cidade no dia 22/06/2014.
Como tinham nos informado, seguimos pelo asfalto sentido a cidade de Guaratuba – PR, já entrando no Estado do Paraná, a orla de Itapoá bem simples, sem nenhuma estrutura não natural como quiosques, calçadas, comércio, etc.
Passando pela divisa de Estados que por sinal não havia placa, a divisa era um rio. Continuei seguindo já que o Juan tinha parado para tirar a blusa e eu continuei, parei em um posto para ver se tinha café da manhã pois ainda não havia tomado um café reforçado mas não tinha nada lá, só liguei pra minha mãe para dar notícias. Percorremos a orla de Guaratuba que também era bem simples mas com muitas casas chiques por toda sua extensão. Antes do centro paramos numa padaria, chocolate quente e pão com manteiga como de costume e seguimos. Fizemos a travessia ferry boat (ou balsa) Guaratuba – Morrinho a qual também era gratuita.
Município de Matinhos, sem muita novidade, praia de leste onde paramos para almoçar e chegamos por volta das 16h em Pontal do Sul. Pegamos um barco para a Ilha do Mel, muito legal a viagem de barco, fomos para Brasília, chegando na ilha fomos até uma praia, o Juan entrou na água mas eu não. Ilha muito bacana, locomoção a pé e por pequenas trilhas, lugar muito bom para acampar. Ficamos aguardando o horário do barco que nos levaria a Paranaguá, nossa cidade de destino onde terminaria nossa viagem. Pegamos o barco, no começo foi legal, vimos o por de dentro do barco, visual encantador, mas depois começou a cansar e escureceu, foram exaustivas 1h40 de viagem de barco onde chegamos em Paranaguá. Fomos até a rodoviária comprar as passagens, porém, não tinha para São Paulo direto, compramos para Curitiba e como ainda haviam 2h para o embarque fomos jantar e paramos numa pizzaria, muito boa, mas que foi difícil encontrar. Pegamos o ônibus para Curitiba as 21h45 e chegamos em Curitiba as 23h40. Ao desembarcar na rodoviária de Curitiba rapidamente compramos passagem para São Paulo e embarcamos as 23h50. A viagem durou a noite inteira e chegamos no Terminal Tietê por volta das 7h do dia 23/06/2014.

Relato do Pedal de Aniversário - Subindo a Bocaina

Compartilho com você o relato do pedal Ubatuba - Paraty - Cunha - Guaratinguetá:


Pedal de Aniversário – Subindo a Serra da Bocaina (Paraty – Cunha)

Este pedal já estava sendo cogitado há algumas semanas com o Vitor Lopes, até que resolvemos fazer ele no dias do nosso aniversário, ele no dia 1 e eu no dia 2. Combinado o pedal, nos encontramos no termina rodoviário Tietê com destino a Ubatuba onde começaríamos o pedal. Passagens retiradas, tudo em ordem, embarcamos no ônibus. Nosso plano era sair 24h de Ubatuba, chegar bem cedinho em Paraty, tomar um café e subir a serra, porém foi impossível devido ao grande congestionamento que pegamos na Rodovia dos Tamoios por causa das obras de duplicação, gastamos seis horas de viagem de São Paulo a Ubatuba.
Comemos um lanche em um trailer e um refrigerante, arrumamos as coisas e bora pro pedal, eram 3h da manhã, o clima estava ótimo, nem calor e nem frio.
Assim que o pedal começou paramos na praia de Itamambuca para tirar a segunda pele pois com o clima agradável logo esquentamos, seguimos, quando chegou chegou no topo de uma bela subida o Vitor Lopes se dá conta que tinha esquecido seu óculos lá na Itamambuca e resolve voltar para pegar, eu sabendo que ele iria me alcançar logo, fui seguindo no meu ritmo. Foram quase 30 km e nada do Vitor aparecer, quando faço uma breve parada pra trocar a bateria do farol e logo ele aprece já perto da divisa de São Paulo com Rio de Janeiro. Parada na divisa para pegar água e continuar. Na descida depois da divisa percebo que minha bike não está desenvolvendo velocidade, era no máximo 40km/h, nada mais do que isso, achei estranho, nisso logo o Vitor já desapareceu na minha frente, acho que era a falta de costume com pneus grossos e cravudos. Comecei a não me sentir bem e a bike não andava, era falta de comida, 15km/h e parecia que a bike tava colada no chão. Alguns quilômetros e lá chego em Paraty, o Vitor tentando encontrar o outro colega que já devia ter partido para a subida da serra da Bocaina.
Fomos na padaria tomar café, eu estava muito ruim, comi um salgado de calabresa, um chocolate quente e um pão doce. O Vitor me ofereceu um BCAA pra ver se eu melhorava, a situação não era boa, pensei em desistir ali mesmo em Paraty, mas minha meta era subir a serra. Comentei até com o Vitor: agora é hora de sujar a bike de lama e ele respondeu: se está com medo pega o ônibus e volta pra São Paulo! (risos). Tudo arrumado, barriga cheia, caramanholas abastecidas, seguimos para a temida Subida da Serra da Bocaina, trevo de Paraty, seguimos em direção a Cunha, alguns quilômetros de retas, ainda na ciclovia ví o Vitor sentando a bota e desaparecendo rapidamente pois queria subir rápido a serra, mandei uma mensagem: “me espera na divisa”.
Comecei a subida da serra, primeiros 10 km de asfalto, pirambeiras monstruosas, quando desci essa serra não tinha a impressão de que era tão inclinada, fui pedalando lentamente pois sabia que precisaria de muita energia até o final dessa serra. Subidas muito inclinadas e curvas muito fechadas, alguns carros subiam e desciam em velocidades malucas para um trecho perigoso, até um ônibus que subiu a “milhão” e depois desceu novamente. A técnica no momento foi fazer zigue-zague em alguns trechos, mas com o perigo dos carros tiver que manter o silêncio e ouvir o barulho, quando estavam se aproximando eu ia logo pro bordo da pista. Faltando uns 3 km para terminar o asfalto, parei em um boteco para tomar uma coca, perguntei algumas curiosidades para o senhor do bar e logo continuei o pedal. Terminados os últimos 3km de asfalto entrei logo na parte mais tensa da serra: a mistura de terra com pó de pedra que fica parecendo cimento, molhada pois a serra é muito úmida. A técnica era ir por onde via que a terra estava mais firme para não perder tração, algumas vezes inevitável, muitas vezes tive que descer da bike pra não cair, tinha horas que o taco do pedal nem encaixava mais de tanta lama. Subi tranquilo com calma, o mais engraçado de tudo eram os motoristas descendo de carro popular perguntando: “moço, ainda falta muito pra acabar essa pista ruim?” (risos). Os 4x4 Off Road desciam com todo vapor e nem olhavam na minha cara.
Cheguei ao conhecido bar localizado no meio da serra depois de 2 km onde tinha acabado o asfalto. Parei, bati um papo com um pessoal, comentei sobre a viagem, muitos ficaram curiosos e outros admiraram o trajeto feito até ali. Fiquei sabendo que o Vitor também tinha parado ali pra tomar uma coca e já tinha partido há algum tempo. Continuei a subida, depois de muitos quilômetros a terra começou a melhorar e ficar mais firme, já não tinha mais problema com a perda de tração. Subindo via a marca de pneu onde o Vitor tinha passado. Depois de 3h25 de subidas pesadas, comecei as 8h40 e terminei as 12h05, chego na divisa de estado, tiro uma foto e continuo, a partir desse ponto é só alegria, descidas alucinantes com direção a Cunha. Parei na famosa cachoeira para comer um pastel e tomar um caldo de cana. Conversei com o tiozinho e ele tinha dito que passaram 2 biker's, 1 passou direto e outro também comeu um pastel, mas não sabia dizer como era o que parou. Fiquei em dúvida se era o Vitor ou o Fábio. 2 subidas ferradas para chegar em Cunha, terminando a última recebo a mensagem do Vitor: estamos te esperando na entrada de Cunha. Desci até a primeira entrada e fiquei aguardando a resposta da mensagem que tinha enviado, não recebi, pensei: o Vitor deve estar la na entrada principal, comecei a descida ai recebo uma nova mensagem: “na primeira entrada”. Oh my god, tive subir tudo de novo pra encontrar os caras na igreja matriz. Chegando lá o Rafael Dias estava me esperando e o Vitor no restaurante terminando de almoçar, fui almoçar também, porém estava sem apetite, comi pouco. Fomos na sorveteria, tomamos um delicioso sorvete de Cunha e depois fomos na padaria tomar a melhor tubaína que já tomei até hoje. Tirei até um cochilo na mesa dessa padaria. Estávamos ainda decidindo qual seria o trajeto, continuar para São José do Barreiro que era o destino inicial, mas chegamos a conclusão que seria melhor irmos para Guaratinguetá pois o tempo estava apertado e o pedal era pesado. Arrumamos as coisas, descemos em direção a a Guaratinguetá, a maior parte eram descidas, 47 km, em uma das descida ví o Rafael Dias parado em uma lanchonete, perguntei sobre o Vitor, disse que não sabia, já estava na frente, resolvi seguir pois ele logo iria me alcançar. Faltando 1 km para a cidade de Guaratinguetá parei um bar, tomei uma coca e segui. Cheguei na rodoviária as 20h e compramos passagem para as 21h. Tempo de tomar lanche, os outros jantaram. Embarcamos e voltamos pra São Paulo de mais uma aventura com nossas Bikes.

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